-- Resiliência é a armadura do guerreiro dos tempos modernos --
Publicado por Taylor David em 08/08/2024
O objetivo do tiro esportivo é simples:
Acertar o alvo com a maior precisão possível.
As distâncias variam de acordo com a prova, e cada modalidade tem suas particularidades.
No caso do alvo estático, quanto mais próximo do centro o atleta atira, mais pontos ele soma.
A precisão é tanta que pulsações na artéria do braço podem causar tremores que influenciam o resultado.
Mas, se o coração bate de forma ininterrupta, como controlar isso?
O segredo está em disparar entre uma batida e outra.
Em repouso, o coração de uma pessoa adulta bate entre 60 e 100 vezes por minuto. Acima disso, considera-se um ritmo cardíaco acelerado. Já num ritmo mais lento, o intervalo entre as batidas é maior, e os atletas conseguem calcular melhor quando atirar. Mas até que ponto essa técnica é realmente efetiva?
"O tiro é muito desgastante para a mente, pois é preciso ficar perfeitamente imóvel o tempo todo, o que exige muito controle de todos os pequenos músculos do corpo", disse a italiana e ex-campeã mundial de tiro com carabina, Petra Zublasing, durante os Jogos Europeus de 2019.
"Como nosso alvo é muito pequeno, o menor movimento, até mesmo um batimento cardíaco, pode fazer com que você erre", afirmou. "Por isso, geralmente atiramos entre um batimento cardíaco e outro, o que é muito difícil, porque, mesmo estando parados, nossa frequência cardíaca chega a 160 batimentos por minuto, devido à tensão."
O intervalo entre batimentos cardíacos é chamado de intervalo R-R. O nome vem das ondas R, que medem a duração do ciclo cardíaco. Este começa no início de um batimento e termina no início do próximo, sendo caracterizado pela contração e relaxamento dos átrios e ventrículos para bombear o sangue.
Para estudar a performance de atiradores de precisão juniores e sua relação com o ciclo cardíaco, um estudo publicado em 2003 na revista Science Direct analisou o momento do disparo do gatilho em 20 profissionais em um ambiente controlado. Segundo a pesquisa, os disparos ocorreram com mais frequência durante a fase de 10% a 15% do intervalo R-R do ciclo cardíaco, mas não foi encontrada uma localização ideal para maximizar a precisão do tiro. Além disso, a duração do intervalo não influenciou a relação entre o momento do disparo e o desempenho do atirador.