-- Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer, Mahatma Gandhi --
Publicado por Fernando Trilha em 11/03/2024
Na visão de Salesio Nuhs, presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (ANIAM), que representa o setor, e CEO Global da Taurus, a “portaria dos CACs” (caçadores, atiradores e colecionadores), trouxe pontos positivos, mas também itens que precisam ser atualizados/ajustados.
Com a publicação da portaria 166, o segmento finalmente vai poder voltar a vender armas. A ANIAM, irá trabalhar para a atualização de itens que considera equivocados nas novas regras de armas do governo, como a habitualidade por calibre e a restrição dos rifles .22 LR semiautomáticos.
Entre os equívocos técnicos e possíveis erros de grafia nas novas regras do governo, que serão abordados pela ANIAM, está a questão da restrição do rifle .22 LR semiautomático, calibre comumente utilizado no tiro esportivo em todo o mundo pela sua baixa potência e baixo valor da munição.
“É um absurdo técnico e jurídico um calibre .22 LR ser considerado de uso restrito apenas pelo mecanismo de funcionamento da arma. Vamos defender esse direito, é o calibre de entrada no tiro esportivo, um dos mais populares do Brasil”, afirma o presidente da ANIAM e CEO Global da Taurus.
Outra questão importante para a ANIAM é a habitualidade (registro de treinos dos CACs nos clubes de tiro e/ou participação em competições) que, de acordo com as novas regras, deverá ser feita por calibre registrado.
“É um absurdo exigir habitualidade com .22, .38, .380, visto que são todos calibres permitidos. Entendemos que habitualidade por calibre permitido ou calibre restrito é o caminho legal. Talvez tenha havido um erro de grafia no texto, que deveria ser habitualidade por tipo de calibre e não por calibre. A argumentação é que o atirador leve todas as armas para fazer a habitualidade, o que é contra o próprio espírito da lei que visa reduzir a quantidade de armas em circulação”, questiona Salesio Nuhs.
“Isso não é uma coisa comum. Um atirador escolhe a prova que vai participar e, de acordo com a modalidade, opta pelo calibre mais adequado e vai treinar/competir no final de semana, com uma única arma ou no máximo duas”, afirma.
Em relação às novas regras para a aquisição de armas de fogo, previstas no decreto, Salesio acredita que não pode haver um excesso de burocracias, mas controle tem que ter. O texto estabelece para a aquisição de armas de fogo a obrigatoriedade de anexar os mesmos documentos necessários para a obtenção de registro para CAC, entre eles: comprovante de ocupação, certidões negativas de antecedentes criminais, endereço, além da habitualidade.
“O segmento já entende essas regras. Então, não tem problema. O atirador tem que cumprir a habitualidade dele. Se quiser passar de nível, terá 12 meses para isso. Está correto, desde que se corrija a questão da habitualidade por calibre. Se houver essa correção, o setor contará com muitos atiradores de nível 3 (que permite o acesso a armas de calibres restritos, como o 9mm, atualmente o mais popular no país)”, ressalta Salesio Nuhs.