-- Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando esperar, Sun Tzu (A arte da guerra) --

Guiana em alerta após movimentação de militares venezuelanos na fronteira

Venezuela está expandindo uma base militar na região, contrariando acordo firmado em dezembro do ano passado em que se comprometia a resolver a disputa territorial pelo diálogo, em vez da força.

Publicado por Taylor David em 11/02/2024


"Na mesma data em que o ministro das Relações Exteriores da Venezuela se reúne com diplomatas da Guiana, o Exército venezuelano conduz exercícios com tanques a uma curta distância da fronteira guianense. Esses acontecimentos indicam que Maduro está adotando uma política ambígua", declarou Christopher Hernandez-Roy, diretor interino do programa para as Américas do CSIS. Ele se referia a uma reunião realizada em 25 de janeiro entre as duas partes em Brasília, mediada pelo ministro do Itamaraty, Mauro Vieira.

As imagens de satélite do relatório do CSIS revelam clareiras abertas na vegetação da ilha de Anacoco – que pertenceu à Guiana de 1899 até 1966, quando foi ocupada pela Venezuela –, além de evidências de construção, depósitos e embarcações.

Conforme relata o instituto, vídeos compartilhados por autoridades e militares venezuelanos entre os dias 24 e 25 de janeiro mostram um exercício em Anacoco, bem como a presença de arsenais militares, incluindo blindados e aeronaves.

No início deste mês, o Exército brasileiro deslocou 28 blindados para Roraima, a fim de reforçar a segurança na fronteira com a Venezuela e a Guiana. Dois dias depois, um enviado dos Estados Unidos anunciou durante uma visita à Guiana o fortalecimento da cooperação bilateral na área de defesa para proteger as fronteiras do país.

Disputa histórica A contenda pelo Essequibo remonta ao século XIX, mas ganhou intensidade a partir de 2015, quando a empresa americana ExxonMobil descobriu grandes reservas de petróleo na costa da região. Estas reservas são estimadas em cerca de 75% das reservas brasileiras de petróleo. Na última terça-feira, a empresa anunciou a perfuração de dois poços nas águas do Essequibo.

Com receio de uma intervenção militar de Caracas, Georgetown recorreu à Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, no final do ano passado. O mais alto tribunal das Nações Unidas deve levar vários anos para analisar o caso e decidir a quem pertence o território. Contudo, determinou liminarmente que Caracas se abstenha de interferir no status atual do Essequibo até o veredicto final.

No entanto, Maduro não reconhece a autoridade da CIJ para arbitrar a disputa e deseja negociar diretamente com a Guiana. Alguns analistas interpretam as movimentações como uma estratégia para mobilizar o eleitorado do presidente venezuelano, enquanto outros acreditam que seja uma tentativa de pressionar a Guiana a compartilhar os lucros da exploração do petróleo.

Ao comentar o relatório do think tank americano em entrevista à agência de notícias AFP, o ministro das Relações Exteriores da Guiana, Hugh Todd, afirmou que a mobilização militar de Caracas na fronteira é uma tentativa de forçar a Guiana a abandonar o julgamento sobre o Essequibo na CIJ e "aceitar a abordagem preferida pela Venezuela de negociações bilaterais".

Um lugar onde você encontra tudo de mais atual no mundo das armas no brasil e no mundo.

Links Rápidos