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Médicos passam a perguntar sobre armas em consultas com pacientes nos EUA

Comportamento inédito faz parte de um programa que trata casos de feridos a bala como um problema de saúde pública

Publicado por Taylor David em 22/04/2024


O paciente vai a um consultório médico com problema de alergia. Durante a consulta, o doutor pergunta: "Como vai a sua arma". Pode parecer estranho, afinal os temas não parecem relacionados. E não são. A abordagem é parte de um movimento crescente de prestadores de cuidados de saúde nos EUA que querem conversar com os pacientes sobre armas de fogo — exatamente como fariam em temas como dieta, exercício ou sexo — tratando os ferimentos produzidos por disparos, muitos deles acidental.

Em Staten Island, em Nova York, um paciente com dores num tornozelo ouviu do médico: "Você tem acesso a armas de fogo dentro ou fora de casa?". A pergunta se tornou frequente em consultórios. Se a resposta é "sim", o médico oferece ao paciente um cadeado e um panfleto com informações sobre armazenamento seguro e aulas de segurança com armas de fogo.

"É da mesma forma que incentivamos as pessoas a usarem cintos de segurança e a não dirigirem embriagadas, a se exercitarem", disse Emmy Betz, médica de emergência e diretora da Iniciativa de Prevenção de Lesões por Armas de Fogo da Universidade do Colorado, à revista "The Atlantic".

A questão de acidentes domésticos é um dos principais focos do programa. Uma arma não segura pode ser acessível a uma criança, alguém com demência ou pessoa com intenções violentas – e pode aumentar a probabilidade de suicídio, ataques em massa ou ferimentos acidentais em casa.

Armazenar uma arma com segurança é fundamental para as regras de segurança da National Rifle Association (NRA, instituição que faz lobby pela defesa do porte de armas nos EUA), mas em 2016, apenas cerca de metade dos proprietários de armas de fogo relataram fazê-lo para todas as suas armas.

Algumas evidências mostram que quando os profissionais de saúde aconselham os pacientes e lhes fornecem um dispositivo de bloqueio, isso conduz a hábitos de armazenamento mais seguros. Os médicos agora estão tentando descobrir a melhor maneira de iniciar a conversa. Os médicos falam sobre sexo, drogas e outros assuntos mais amenos, como música e cinema, antes de inserir o tema das armas. O desafio é dobrar proprietários de armas de fogo que acreditam que elas não podem ser objeto de discussão, ainda mais num consultório médico. Exatamente por essa resistência, os médicos decidiram mudar a abordagem de "não tenha uma arma em casa" para "guarde bem a sua arma".

 

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